Lugares maravilhosos com visitas gratuitas
contrastam com lugares menos chamativos com preços de ingressos
escandalosamente caros.
Ao longo dos anos e, quanto mais
viajo pela nossa América Latina, vejo essas diferenças marcantes em
muitas de nossas paisagens, com parques nacionais, zonas ecológicas
protegidas, praias, montanhas, lugares nevados, alguns de
administração pública e outros de administração
privada.
Visitei
recentemente um lugar no Brasil, com várias cachoeiras, com poucos
quilômetros de separação entre elas. Algumas
dessas cachoeiras, como mostram nas fotos e vídeos, eram
lugares de sonhos,
paradisíacos, e de
onde é possível extrair uma experiência inesquecível e,
a poucos quilômetros de distância, é possível encontrar outras
cachoeiras menores que não são tão importantes.
Mas o que me pareceu mais estranho é que a cachoeira dos "sonhos"
era gratuita, enquanto que,
para acessar a cachoeira menor, era preciso pagar um preço oneroso
por pessoa.
É de conhecimento público que é preciso pagar um
preço, pois muitos desses locais precisam de manutenção e
cuidados, mas
a questão que eu gostaria de tratar aqui é a divergência de
preços. Enquanto
há lugares com entrada gratuita, onde deveria-se
cobrar ingresso, há outros lugares que não são tão importantes e
que cobram preços que não são para
turistas de todas as classes sociais, muito menos para famílias
inteiras.
Os donos da
natureza.
Nesse sentido,
não devemos esquecer também aqueles lugares naturais protegidos,
dos quais algum milionário se apossou, exigindo pagamento pelo
acesso, sem nenhum controle do governo, ou seja, em determinado
momento, um punhado de políticos corruptos se
apropiam de um lugar que não deveria
ser vendido. Estes
devem ser
de acesso público e de administração
pública. Esse tipo de coisa acontece com muita frequência com
cachoeiras, montanhas e praias (lugares que deveriam estar sob a
supervisão e administração das prefeituras navais), reservas
naturais e,
não vamos esquecer, aquelas montanhas com resorts para
esquiar, de algum milionário
famoso.
Hotéis
abandonados.
Na
foto acima, aparece atrás de mim uma
bela estrutura que parece ter sido um hotel em algum momento, mas
que, na realidade serviu como escola
décadas atrás, e agora
se encontra
abandonada e
não cumpre nenhuma função. É
simplesmente um lugar onde pode
acontecer qualquer coisa a
noite, porque nao existe nenhum tipo de
vigilância,
então, em algum momento eu me fiz a pergunta (como tantos outros),
por que não o exploraram como hotel e com partes dos
lucros poderia
se manter o lugar?
Sem ir muito além, podemos citar uma lista incrível de hotéis e
complexos turísticos abandonados, por conta dos impostos exagerados
cobrados por seus governos, impossíveis de sustentar ou por falta de
acordos e decisões rápidas. Um hotel recuperado gera renda e fontes
de emprego.
Precisamos
de um equilíbrio no turismo latino-americano
Vemos
este tipo de inconsistências em vários países da América Latina,
exemplos disso são as ruínas de Machu Pichu no Peru e Ancash, as
Ilhas Galápagos do Equador, as Cataratas do Iguaçu (em
ambos os lados),
Venezuela com uma incrível riqueza turística mal explorada,
República Dominicana, também com suas próprias inconsistências
entre o norte e Punta Cana, o Haiti com uma natureza desperdiçada, o
Uruguai com suas inconsistências entre Punta del Este e o norte, a
Argentina com geleiras para os ricos, etc, etc. Nossos governos e
seus Ministérios de Turismo têm oportunidades fantásticas de
acesso a uma coleção maior e mais equilibrada, sem matar o turista
e promovendo
as economias locais.
Não é necessário continuar criando
“estradas imaginárias” por onde passaram escravos, aborígenes
ou demais feudos
importantes históricas,
é preciso explorar e regular outros
espacos palpável, e a verdade é que
nosso continente tem uma infinidade de natureza tangível, a ser
vista , registrado, desfrutado, cuidado, explorado e controlado. Por
isso eu digo que é preciso um balanço turístico na América
Latina, é preciso rentabilizar esses lugares maravilhosos com
entrada gratuita, para reduzir os preços em lugares excessivamente
caros, e também, os setores privado e público, juntos, reverem
esses lugares privados que deveriam ser patrimônio natural,
encontrando um ponto de concordância e maior controle.
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